Feeds:
Posts
Comentários

Enquanto leio o livro “Da Criação ao Roteiro”, de Doc Comparato, encontro a transcrição do poema que acaba por me encantar.


HOMEM


INSOFRIDO TEMÍVEL ADAMADO PURO SAGAZ INTELIGENTÍSSIMO MODES­TO RARO CORDIAL EFICIENTE CRITERIOSO EQUILIBRADO RUDE VIRTUOSO MESQUINHO CORAJOSO VELHO RONCEIRO ALTIVO ROTUNDO VIL INCAPAZ TRABALHADOR IRRECUPERÁVEL CATITA POPULAR ELOQUENTE MASCARADO FARROUPILHA GORDO HILARIANTE PREGUIÇOSO HIERO­MÂNTICO MALÉVOLO INFANTIL SINISTRO INOCENTE RIDÍCULO ATRASA­DO SOERGUIDO DELEITÁ VEL ROMÂNTICO MARRÃO HOSTIL INCRÍVEL SERENO HIANTE ONANIST A ABOMINÁVEL RESSENTIDO PLANIFICADO AMARGURADO EGOCÊNTRICO CAP ACÍSSIMO MORDAZ PALERMA MAL­CRIADO PONDEROSO VOLÚVEL INDECENTE ATARANTADO BILTRE EMBIR­RENTO FUGITIVO SORRIDENTE COBARDE MINUCIOSO ATENTO JÚLIO PANCRÁCIO CLANDESTINO GUEDELHUDO ALBINO MARICAS OPORTUNIS­TA GENTIL OBSCURO FALAClOSO MÁRTIR MASOQUISTA DESTRAVADO AGITADOR ROÍDO PODEROSÍSSIMO CULTÍSSIMO ATRAPALHADO PONTO MIRABOLANTE BONITO LINDO IRRESISTÍVEL PESADO ARROGANTE DEMA­GÓGICO ESBODEGADO ÁSPERO VIRIL PROLIXO AFÁVEL TREPIDANTE RECHONCHUDO GASP AR MAVIOSO MACACÃO ESFOMEADO ESPANCADO BRUTO RASCA PALAVROSO ZEZINHO IMPOLUTO MAGNÂNIMO INCERTO INSEGURÍSSIMO BONDOSO GOSMA IMPOTENTE COISA BANANA VIDRI­NHO CONFIDENTE PELUDO BESTA BARAFUNDOSO GAGO ATILADO ACINTOSO GAROTO ERRADÍSSIMO INSINUANTE MELÍFLUO ARRAP AZADO SOLERTE HIPOCONDRÍACO MALANDRECO DESOPILANTE MOLE MOTEJA­DOR ACANALHADO TROCA-TINTAS ESPINAFRADO CONTUNDENTE SANTI­NHO SOTURNO ABANDALHADO IMPECÁVEL MISERICORDIOSO VOLUPTUOSO AMANCEBADO TIGRINO HOSPITALEIRO IMPANTE PRESTÁ­VEL MOROSO LAMBAREIRO SURDO FAQUISTA AMORUDO BEIJOQUEIRO DELAMBIDO SOEZ PRESENTE PRAZENTEIRO BIGODUDO ESP ARVOADO VALENTE SACRIPANTA RALHADOR FERIDO EXPULSO IDIOTA MORALISTA MAU NÃO-TE-RALES AMORDAÇADO MEDONHO COLABORANTE INSENSA­TO CRAVA VULGAR CIUMENTO TACHISTA GASTO IMORALÃO IDOSO IDEALISTA INFUNDIOSO ALDRABÃO RACISTA MENINO LADRADOR POBRE­-DIABO ENJOADO BAJULADOR VORAZ ALARMISTA INCOMPREENDIDO VÍTIMA CONTENTE ADULADO BRUTALIZADO COITADINHO FARTO PROGRAMADO IMBECIL CHOCARREIRO INAMOVÍVEL. (…)

Alexandre O’Neil
in Poesias Completas 1951/1986, Biblioteca de Autores Portugueses, Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 3ª ed., Portugal, 1990, p. 336, 337.


E eu transcrevo Comparato: “essa diversidade infinita do ser humano”…

Campo Minado; nível experiente. Vitória na 104ª tentativa!

Campo Minado; nível experiente. Vitória na 104ª tentativa!

Gostaria de dedicar meu título:

·

– aos porcos, por darem seu nome a uma gripe, numa tentativa alucinada de diminuir a procura pelos seus torresmos;

– à maioria de meus colegas de classe que, sabiamente, estão seguindo a recomendação do governo estadual e se resguardando em casa até, pelo menos, o dia 10, afim de evitar, além da proliferação do vírus da gripe A(H1N1), a fadiga;

– aos antigos contratos do estágio, que tiveram de ser refeitos, impossibilitando a volta ao trabalho nesta semana;

– ao meu pai, minha mãe e a você, Xuxa.

Só assim pude dedicar tanto tempo a um campeonato deste nível, eu contra eu mesmo.

Obs.: Se eu venci na 104ª (centésima quarta) tentativa, então meu eu-adversário (meu lado mau?) venceu 103 vezes? Puxa, parabéns!!!

·

Obrigado pela oportunidade de compartilhar esta conquista!

Em festa surpresa de aniversário, o aniversariante é penetra!!!

·

© (idéia original: Rodrigo Honório) ®

·

·

·

– SURPRESAAAA!!!

– Puuuuuxa! Obrigado!!! Que bolo lindo!

– Sai fora, esse bolo é nosso. Aliás, quem é que te convidou???

Quantas vezes você, em uma ocasião não muito favorável, disse que “nem pagando” faria determinada coisa? Isto é: nem que lhe pagassem você se submeteria a fazer aquilo! Trabalhar de meia-noite às seis? Nem pagando! Pegar lotação às seis da tarde? Nem pagando! Vestir a camisa do Atlético? Nem pagando! Ouvir pagode? Nem pagando!!! Mas…

Quem diz isso, é porque separa as coisas que faria ou não faria em três grupos, que são:

 

Grupo 1: coisas que faço por livre e espontânea vontade;

Grupo 2: coisas que só faço se me pagarem;

Grupo 3: coisas que nem pagando eu faço.

 

Ou seja, pressupõe-se que aqueles que encaixam algumas de suas ações cotidianas no terceiro grupo, também separam outras nos grupos 1 e 2. Da mesma forma acontece com aqueles que não ligam muito para o dinheiro: ao invés de dizer “nem pagando”, dizem “nem a pau”.

Ehrr… apesar de tudo, analisemos.

Quem diz coisas tipo “nem a pau eu pago tudo isso”, ou “não converso com fulana nem a pau”, deixa claro que, fora essas frases típicas do grupo 3, também encaixa algumas ações do seu cotidiano no grupo 2. Assim sendo, há, para essas pessoas, aquelas coisas que ela “só faz a pau”. Ou essa pessoa é masoquista ou…

É melhor passar para outra classificação dos “nem”: os “nem fodendo”!

Quer dizer que, fora aquelas coisas que você faz por livre e espontânea vontade e aquelas que nem fodendo você faz… têm as outras que você só faz se te foderem??? Vejamos algumas comparações:

Se você diz: “não vou ficar pra essa aula chata nem fodendo” (grupo 3), então pode-se supor que, noutra situação, você dirá: “só fico pra essa aula chata se me foderem” (grupo 2).

Ou, começando pela ordem inversa, num caso complicado de entender, alguém diz: “só fodo essa baranga fodendo!” (grupo 2), que é uma frase completamente lógica, até redundante, ao ponto de não ser necessário dizê-la. Mas essa pessoa possivelmente diria, numa situação parecida: “não fodo aquela baranga nem fodendo…” (grupo 3), o que geraria incompreensão demais pra minha capacidade de compreensão.

 

E aí: o que você não faz nem fodendo, nem pagando, ou nem a pau?

E o que você só faz se te pagarem, te derem pauladas ou te foderem?

Niko

Em 24 horas, pelo menos 3,6 milhões de pessoas estavam em condições de cometer todo tipo de crime nos EUA, através das mãos de um imigrante iugoslavo, mais precisamente da região da atual Croácia. Nikolai Bellic, 30 anos, trabalha atualmente com roubo de carros. Mas, para isso, não poupa a vida de quem dificultar suas ações. Aqueles que querem, conseguem facilmente “contratar” Bellic: ele faz exatamente o que seus mandantes determinam, sem reclamar nem dar palpites na estratégia do roubo.

Bellic era, ainda na Iugoslávia, um criminoso acusado de vários crimes, como assassinato e tráfico humano. Foi convencido a deixar seu país depois que Roman enganou o primo “Niko” – apelido de Nikolai –, plantando nele o sonho americano de possuir belas mulheres, carros e mansões. Chegou a participar da Guerra da Bósnia. Na sua antiga unidade do exército, foi traído. Até hoje ele procura o traidor.

Enquanto não realiza seu sonho de vingança, continua roubando carros. Talvez para passar despercebido, Niko mantém uma aparência que lhe permite ser confundido com tantas outras pessoas. Jaqueta de couro, calça jeans e barba por fazer. Sua expressão é pesada, passando a impressão de que mover os músculos da face seja uma tarefa árdua, a ponto de nunca sorrir.

O frio ladrão não se importa com os danos causados às pessoas ou ao ambiente em que vive. Entre muitas barbaridades, mata policiais. Mas esse talvez seja seu menor crime – há outros cometidos apenas por prazer de Niko e de seus “chefes”. Dependendo de quem for seu mandante, ele desvia o carro da rua pelo simples prazer de atropelar quem quer que seja. Também atira em qualquer um, apenas por satisfação. Vai a qualquer lugar sem esconder o rosto, mesmo portando armas, entre elas, pistolas, metralhadoras, granadas, bazucas ou até uma serra elétrica. Ladrão ou terrorista, ele também já queimou pessoas. Não se lembra da identidade das vítimas. Afinal, matar não é seu trabalho: é simplesmente um prazer.

Niko3

Não se sabe se Bellic tem uma residência fixa. Sabe-se apenas que vive em Liberty City. A cidade, mesmo não sendo tão conhecida, é uma representação praticamente exata de Nova York. Recentemente, foram feitos monumentos como a Estátua da Liberdade e a Times Square, que recebem nomes alternativos. A cidade, onde estranhamente a população aumenta, já era conhecida anteriormente também pela prática de roubo de carros. Mas Niko certamente é quem mais obteve sucesso.

Mesmo que não saiba, Nikolai Bellic foi criado especificamente para cometer crimes nas mãos de qualquer um, desde que tenha um equipamento – e não falo do celular, mas do vídeo-game. É o protagonista do jogo Grand Theft Auto (GTA) IV, o produto de entretenimento mais rentável da história: nas primeiras 24 horas depois de ser lançado, vendeu 3,6 milhões de unidades. Atingindo a arrecadação de 310 milhões de dólares, superou o último livro da série Harry Potter e o filme Homem-Aranha 3. Nas mãos de tantas pessoas, Niko não é necessariamente um exemplo para seus “jogadores-mandantes”, mas com certeza é um dos criminosos mais famosos da história – pelo menos da história do entretenimento.

Niko2

 

***

Texto produzido no primeiro semestre de 2008 como trabalho avaliativo em uma das matérias da faculdade.

O segundo Grande Prêmio de Fórmula 1 de 2009, na Malásia, foi encerrado antes do tempo por causa da forte chuva. Alguns sites especializados, como o Blog do Capelli(*) já resgataram histórias de outras corridas que, como essa, terminaram com menos de 75% das voltas completadas e que, por isso, só metade dos pontos foram computados para o campeonato.

Mas no dia dessa prova eu tive sorte e encontrei algumas raridades, antes mesmo de saber de tais informações. Como demorei para iniciar os posts no Pangés, então não farei apenas o levantamento de informações, pois já o fizeram. Vamos um pouco além…

Chuva lembra um certo piloto

A última corrida com pontos pela metade até então era o GP de Adelaide, na Austrália, em 1991. Após 14 voltas cheias de rodadas e batidas nos muros, Ayrton Senna venceu a corrida. Ele mesmo protestava pelo encerramento da prova já que, com tanta chuva, não havia aderência no circuito.

Ligada a essa história, uma outra, ainda mais interessante: antes de Adelaide, a outra corrida que terminou antes do tempo foi o GP de Mônaco, em 1984. Alain Prost foi o vencedor, mas perderia o campeonato por meio ponto para o companheiro de equipe Niki Lauda, que não pontuou nesta corrida.

Há especulações de que a prova foi encerrada antes do tempo não só por causa da chuva que caía, mas por causa de um certo piloto que ameaçava ultrapassar Prost e vencer: um tal de Ayrton Senna, estreante naquela temporada.

Testes proféticos

Em seu ano de estreia, 1984, Ayrton Senna marcou 13 pontos pilotando uma Toleman. A melhor corrida foi a sexta da temporada, em Mônaco. Antes dela, havia chegado duas vezes em sexto, abandonou em duas e não se qualificou para outra. Nas outras 10 provas da temporada, chegou duas vezes em terceiro e uma vez em sétimo. Houve muitos abandonos, pois o carro não tinha confiabilidade.

Antes de garantir sua vaga na Toleman, Ayrton fez quatro testes. No ano de 1983, ele estava na F3 Britânica. A vitória do campeonato, em que ganhou seis das nove provas, serviu para despertar de vez o interesse de grandes equipes da Fórmula 1.

Profecia 1: a primeira equipe seria a última

Ainda em 19 de julho de 1983, Senna fez seu primeiro teste. Quem o convidou foi Frank Williams, dono da equipe que carrega seu nome e na qual Ayrton correria pela última vez, em 1994. O jovem de 23 anos, que seria o mais novo no grid do ano seguinte, já começou quebrando o recorde para carros de motor aspirado na pista de Donnington Park.

“Hoje vou demorar uma eternidade para fazer essa reta” - Senna de volta a Donnington na semana seguinte para uma corrida de F3

“Hoje vou demorar uma eternidade para fazer essa reta” - Senna de volta a Donnington na semana seguinte para uma corrida de F3

Profecia 2: vencer os rivais na McLaren

No final de 1983, os pilotos que ficassem nas três primeiras posições na Marlboro F3 British ganhariam uma oportunidade de testar na McLaren. Além de – é claro – Senna, treinaram no mesmo dia Stefan Bellof e Martin Brundle. Os dois últimos dividiram o carro nº 8 de Lauda; Ayrton pilotou o nº 7, de Watson, carro que era mais rápido cerca de três décimos. Para não deixar dúvidas, o brasileiro fez sua melhor volta sete décimos à frente do segundo melhor, Bellof.

Ah, sim: os testes com a McLaren foram feitos no autódromo de Silverstone que, naquele ano, começava a ser conhecido como Silvastone, graças às proezas de Ayrton Senna da Silva naquela pista já na F3. Seu tempo nos testes também foi melhor do que os obtidos pelos pilotos titulares da equipe inglesa naquela prova em 1983.

"Ele é fácil de pilotar, com a direção mais leve que do meu Ralt de Fórmula 3. Tenho certeza que se tivesse feito mais voltas, baixaria meu tempo para 1min12s (2s abaixo de seu melhor tempo), até porque estava um pouco desconfortável, com a perna direita apertada, o que me tirou a sensibilidade no pé do acelerador" - Senna se desculpando após ótimo teste na McLaren

“Ele é fácil de pilotar, com a direção mais leve que do meu Ralt de Fórmula 3. Tenho certeza que se tivesse feito mais voltas, baixaria meu tempo para 1min12s (2s abaixo de seu melhor tempo), até porque estava um pouco desconfortável, com a perna direita apertada, o que me tirou a sensibilidade no pé do acelerador” - Senna se desculpando após ótimo teste na McLaren

Profecia 3: mais vale tecnologia do que braço

Naquele dia, Senna ainda destacou: “eu apenas começo a perceber como é que se ganha uma corrida de Fórmula 1, provavelmente: está mais no carro do que no próprio piloto, desde que o carro seja rápido e fácil de guiar você se torna um, dois segundos mais rápido, ou mais lento”. Convenhamos que as coisas não mudaram muito desde então.

* Atualização: na profecia 6, vocês verão como Senna, num carro ruim, se aproveitou das circunstâncias, que equipararam os equipamentos, para se sobressair!

Profecia 4: equipe para estrear com pódio

Depois de duas equipes de ponta, Senna testou o carro turbo da Toleman. A equipe, que sempre correu com pneus Pirelli, ainda não tinha um novo contrato com a fornecedora. Por isso, na época dos testes não sabiam se conseguiriam alinhar seus carros em 1984. Mas o que importa é que Ayrton fez sua melhor volta 1 segundo mais rápido do que o piloto oficial da equipe na qualificação de 83, com o mesmo carro.

“Sem dúvida não é um carro para ganhar corridas, ele não vai ter condições de competir contra uma Ferrari, uma Renault, uma Brabham, mas é um carro para subir no pódio, quem sabe já na próxima temporada” - Senna, após testar com a Toleman em Silvastone

“Sem dúvida não é um carro para ganhar corridas, ele não vai ter condições de competir contra uma Ferrari, uma Renault, uma Brabham, mas é um carro para subir no pódio, quem sabe já na próxima temporada” - Senna, após testar com a Toleman em Silvastone

Profecia 5: criando rivalidade

Depois de arrasar na F3 e também nos três testes na F1, já se cogitava a possibilidade de Senna estrear ao lado do campeão de 1983, Nelson Piquet, na Brabham. Mas o novato contrapôs a possibilidade quando questionado pelo repórter Reginaldo Leme, ainda no dia do primeiro teste, pela Williams, dizendo que não estrearia pela Brabham, “a não ser que o sr. Bernie Ecclestone (então dono da Brabham) resolver melhorar a oferta dele e chegar aonde eu acho razoável”.

Acho que muitos conhecem uma das mais belas disputas nas pistas de Fórmula 1: Nelson Piquet na Williams – que seria campeã de construtores – fazendo malabarismos para ultrapassar Senna, com sua Lotus, no GP da Hungria de 1986 (vídeo aqui, 1 minuto: http://www.youtube.com/watch?v=AeemlgJkjUs). Mais tarde, no documentário “A Era dos Campeões”, Piquet revelou o que aconteceu naquela ultrapassagem, demonstrando toda a rivalidade que existia entre os dois pilotos: “E aí eu freei, 30, 40 metros além do que eu precisava. Fiquei com o carro escorregando nas 4 rodas… Mandei um gesto bacana, mandei ele tomar no cu”. (confira aqui, a partir de 2:06 http://www.youtube.com/watch?v=-MUzG-2qq98)

A rivalidade, aqui demonstrada, começara em novembro de 1983, no quarto teste de Ayrton em um Fórmula 1. Ecclestone, animado com o teste, apostou com Piquet que Senna seria mais rápido do que ele. O então bicampeão (ainda conquistaria o tri em 1987) começou a se sentir incomodado, mas foi bem mais rápido do que os outros que testaram.

“Claro que eu seria mais rápido. Eu tinha acabado de ser campeão mundial naquela Brabham. Se um cara que estava conhecendo o carro naquele dia conseguisse me superar, era hora de fazer a mala e ir embora para casa”, disse o sincero Piquet

“Claro que eu seria mais rápido. Eu tinha acabado de ser campeão mundial naquela Brabham. Se um cara que estava conhecendo o carro naquele dia conseguisse me superar, era hora de fazer a mala e ir embora para casa” - disse o sincero Piquet

Profecia 6: os pneus da profecia 4

A Toleman ainda sofria de falta de dinheiro para fazer bons contratos com fornecedores de pneus. Para a corrida de Mônaco de 1984, a sexta da temporada, compraram pneus Michelin da “safra” de 1983 – rendiam bem em pista molhada, mas nem tanto no seco.

A McLaren fez a pole com Alain Prost, mas se desesperou ao ver a chuva. A equipe, que ainda contrataria Senna, usava Michelin, e não gostou que a empresa tivesse lhe enviado apenas pneus de 1984, que eram piores na chuva.

Essa confusão de pneus e chuva, justamente em Mônaco, veio a calhar para Ayrton. A pista fechada praticamente igualou os carros quanto à potência de motores. A diferença estava no braço – e nos pneus antigos.

Profecia 7: o rei de Mônaco

Senna largou em 13º. Atrás dele partiram carros da Brabham, Williams e seu companheiro, Johnny Cecotto, em 18º. Após a largada, as duas Renault (5º e 6º) bateram. Senna completou a primeira volta em 9º. A McLaren de Niki Lauda, que largara em 8º, foi ultrapassada por Senna ainda antes de a chuva aumentar. Depois disso, domínio do brasileiro que se aproximava do líder (da prova e do campeonato) Alain Prost, na outra McLaren, de modo assustadoramente veloz.

A prova foi encerrada precocemente devido ao perigo de acidentes por conta da forte chuva. Assim como hoje, a regra daquela época definia que, nesse caso, as posições válidas seriam as computadas uma volta antes de encerrada a prova. Com a euforia, Senna nem se lembrou disso e chegou a comemorar a vitória quando cruzou as bandeiras quadriculada e vermelha (sinalizando o fim prematuro) à frente de Prost, que parou antes de cruzá-las.

Senna cruzou a bandeira na frente de Prost, mas não venceu. Com uma vitória na Lotus e cinco na McLaren, Ayrton se tornou o maior vencedor de Mônaco, liderança absoluta mantida até hoje

Senna cruzou a bandeira na frente de Prost, mas não venceu. Com uma vitória na Lotus e cinco na McLaren, Ayrton se tornou o maior vencedor de Mônaco, liderança absoluta mantida até hoje

¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬

* Quer saber quais foram as outras corridas com os pontos pela metade? Leia:

http://www.blogdocapelli.com.br/2009/04/gp-da-malasia-e-o-5-da-historia-com-pontos-pela-metade/

* Quer ver mais fotos e detalhes que serviram de fonte para este post? Leia:

http://f1nostalgia.blogspot.com/2008/09/o-que-voc-esta-fazendo-ai-ayrton-senna.html (Senna na Williams)

http://f1nostalgia.blogspot.com/2008/09/o-que-voc-esta-fazendo-ai-ayrton-senna_24.html (Senna na McLaren)

http://f1nostalgia.blogspot.com/2008/10/o-que-voc-esta-fazendo-ai-ayrton-senna.html (Senna na Toleman)

http://f1nostalgia.blogspot.com/2008/10/o-que-voc-esta-fazendo-ai-ayrton-senna_10.html (Senna na Brabham)

* Quer ver o documentário “A Era dos Campeões” completo? Acesse (10 partes):

http://www.youtube.com/view_play_list?p=003EDE106505C596

* Quer ver os testes de Ayrton Senna na Williams, McLaren e Toleman? Assista:

* Quer ver a corrida de Mônaco, 1984, completa? Acesse (7 partes + entrevista com Senna após a prova):

http://www.youtube.com/view_play_list?p=E9A3E815B05E5BE0

Toca aí

Sexta-feira, dia 24 de abril de 2009. Estava em horário de trabalho, mas ele parecia ter tirado uma folga. Nenhum e-mail, telefonema ou presença (in)esperados.

Ler notícias, ver fotos, blogs… ah, e o computador começa a ficar chato. Momento ideal de sair, esticar as pernas e sentir o ar (condicionado) de outro ambiente.

Banheiro

No mesmo prédio, trabalham os futuros jornalistas e publicitários que, em breve, terão seus trabalhos amplamente conhecidos. [sonhando!]

Não sei se os futuros publicitários veem as publicações feitas no andar de baixo, mas desde cedo nós vemos o trabalho deles. Ações bem planejadas, admito.

Desta vez, entrei no banheiro e lá estavam uns papéis em locais onde não há como não olhar. “Bem pensado…!”, falei sozinho.

Zíper, alívio.

No meio da “aliviada”, começo a rir. A risada aumenta mais ao pensar o que iriam pensar se me vissem naquela situação rindo daquele jeito – sorte que ninguém apareceu!

Hora de voltar pro trabalho. “Puxa, eles foram criativos colocando esse duplo sentido aí!”

Mas parece que não foi essa a intenção deles. O humor veio de brinde, mesmo.

Documentando

Alguns dias depois, voltei ao banheiro para tirar a foto e registrar aquela pérola. O equipamento utilizado foi a microcâmera super discreta da srta. Dayse (obrigado!).

A emoção de bater uma foto nunca foi igual. Foi mais ou menos… “pu*a mer*a, tomara que ninguém me veja ajoelhado batendo uma foto dentro do banheiro!!!”

Chega de historinhas… Segue a obra de arte para vocês!!!

Legenda

No meio da “aliviada”, começo a rir. Mas o humor veio de brinde...!

Só os Beatles mesmo! Essa banda tem um impacto imensamente positivo até hoje – e sempre terá!

Abaixo, alguns vídeos do Yellow Matter Custard, que é uma reunião de 4 grandíssimos músicos para… brincar de Beatles!!!

Neal Morse é um multi-instrumentista incrível – canta, toca teclado, guitarra, bateria…! Fez carreira no Spock’s Beard, banda em que o baterista Nick D’Virgilio assumiu os vocais. Recentemente, entrou em estúdio com o Transatlantic, após 7 anos de dedicação quase que exclusiva à carreira solo, depois de ter se convertido ao cristianismo. Aliás, foi ouvindo essa banda que eu soube da existência de Morse!

Aqui, ele se diverte (e se esguela!) em Oh Darling!

No mesmo Transatlantic, toca um baterista chamado Mike Portnoy. Aclamado pelos fãs de rock progressivo e pela crítica especializada, ele é o baterista do Dream Theater. Muitos o ouvem pela primeira vez só por curiosidade, já que sempre usa baterias enooormes.

No Yellow Matter Custard, ele poupa peças e dispensa comentários quanto à clara satisfação em tocar Beatles. Ele também aproveita para cantar, como em Nowhere Man. No fim do vídeo, Neal Morse brinca: “Mike! He sings! …uow!”

O terceiro integrante, além de ser fã dos Beatles, também tem outra característica em comum com os dois anteriores: em 2007, participou da gravação do álbum solo de Neal Morse intitulado Sola Scriptura. Neste disco e na famosa banda Mr. Big, o guitarrista Paul Gilbert mostra que é um músico de primeira linha.

Ele canta várias músicas e, assim como Morse, parece uma criança no palco! A música I Want You se encaixou perfeitamente nele! Ou seria o contrário?

O baixista do Yellow Matter Custard é Matt Bissonette, irmão do baterista Gregg Bissonette. Matt gravou quatro álbuns com o guitarrista Joe Satriani, um com David Lee Roth (Van Halen), Peter Frampton, entre outros. Participou do G3 de 2005, que reuniu os guitarristas Steve Vai, John Petrucci (Dream Theater) e Satriani. Ao lado do irmão, acompanhou Ringo Starr numa tour nos Estados Unidos em 2003.

É ele o responsável por boa parte dos vocais no Yellow Matter Custard, como na incrível Magical Mistery Tour!

A banda se reuniu para apresentações nos dias 17 e 18 de maio de 2003, no Upper Montclair (New Jersey) e no BB King’s Blues Club (New York). Da segunda apresentação veio um CD e, em 2005, um DVD, do qual saíram os três primeiros vídeos aqui postados. Também se reuniram ao menos mais uma vez, na apresentação de Mike Portnoy no festival Modern Drummer, também em 2003. O vídeo de Magical Mistery Tour é dessa apresentação.

Ótimos músicos reunidos num projeto mais pela diversão do que pelo dinheiro e sem ficar brigando pra mostrar que “eu sou o mais fodão”.

Valeu, Beatles, por ter cativado fãs como esses!

Você já viu o clip de Open Your Eyes do Snow Patrol? Se quiser assistir ao original legendado, segue o link.

http://www.youtube.com/watch?v=6HfIitWLXQU

Mas esse post foi motivado por outro vídeo.

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

more about "panges ", posted with vodpod

Este vídeo é constituído de:

* curta-metragem C’était un rendez-vous – Claude Lelouch, 1976;

* mapa seguindo o trajeto (http://bhendrix.com/wall/Gmaps_GVideo_Mashup_Rendezvous.html);

* música Open Your Eyes, do grupo britânico Snow Patrol;

* e minhas edições, incluindo algumas observações!

Os diretores citados no clip do Snow Patrol são Claude Lelouch e Roberto Hales. Isso porque o cineasta francês Lelouch, em 1976, tinha adquirido um novo equipamento: uma câmera giroscópica, cujas imagens não balançavam. Ou seja, comparando-se aos carros, o equipamento tinha uma espécie de “suspensão”. O cineasta, nascido em 1937, resolveu experimentar a câmera com um rolo de 35mm que sobrara de outras filmagens. Por causa disso, o tempo máximo do curta estava fadado a 10 minutos.

Lelouch planejou o trajeto e acoplou a câmera à frente de um carro. Dizem que ele tentou obter uma autorização com a prefeitura de Paris para que fechassem as ruas que seriam percorridas. Como o pedido foi negado, a filmagem foi feita na marra – e na emoção – às 5:30 da manhã. O roteiro era simples, completamente em cinéma vérité, ou seja, só em um ângulo e sem edição. Lelouch fez questão de destacar no início da obra: “o filme que você vê foi feito sem quaisquer efeitos especiais nem aceleração”.

Tudo isso só contribuiu para elevar o realismo. “Por que estaria correndo tanto?” O protagonista oculto fura mais de 10 vezes o sinal vermelho! Além do belo ronco do motor, a alta velocidade é notada pela diferença em relação aos outros carros – ainda bem que a prefeitura negou fechar as ruas para a filmagem! Ainda não sei o motivo, mas em um momento o piloto em questão chega a desviar do trajeto originalmente planejado, tendo que passar por ruas estreitas e acelerar mais ainda.

O gran finale justifica toda a correria. É uma daquelas obras cuja dimensão e intensidade só são compreendidas ao final. O desejo é de logo em seguida assistir novamente, colocando-se na pele do piloto louco para chegar ao destino.

Há controvérsias quanto à liberação das imagens para o grupo britânico. Em entrevista a Fernando Oliveira (Diário de S. Paulo) em outubro de 2007, Lelouch diz que não sabia do clip e logo em seguida acrescenta que terá de processar a banda (http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/10/24/326883118.asp).

Explicações titulares (ou reservas) – referentes ao título!

Velozes: Precisa explicar? No mais, foi uma brincadeira com o filme “Velozes e furiosos” mesmo.

Pop: Snow Patrol. Isso diz alguma coisa? Ta, não é a banda mais famosa do mundo, mas é um clip que ficou bastante conhecido. Além disso, o som deles não causa estranheza a muitas pessoas, então está para o pop.

Cult: Um ano antes da entrevista em que fica sabendo da existência do clip, uma rede de TV francesa reconstruíra o curta-metragem junto com o cineasta. Até ali, a raridade de exemplares ao redor do mundo e as várias especulações e curiosidades haviam levado C’était un rendez-vous ao status de cult.

Ferrari 275GTB foi identificada pelo som...

Ferrari 275GTB foi identificada pelo som...

Os fanáticos já tinham identificado o modelo do carro pelo ronco do motor: Ferrari 275GTB. Dizem, iclusive, que Lelouch tinha esse modelo em sua garagem.

Mas 30 anos após o lançamento, na refilmagem acima citada, a comprovação de outra tese: o carro utilizado foi uma Mercedes-Benz 6.9L. O próprio cineasta fez overdubbing com os sons da Ferrari com o objetivo – conquistado – de dar a impressão de velocidades extremamente elevadas. De toda forma, a Mercedes, de câmbio automático, pode chegar a 230km/h. Lelouch fala que chegou aos 200km/h. Alguns fanáticos calculam que ele não tenha passado dos 140km/h. Mesmo assim, é emoção demais!

...mas o vídeo foi feito nesta Mercedes-Benz!

...mas foi um overddub nesta Mercedes-Benz 6.9L, que alcança 230km/h!

Outra especulação que haviam criado logo após o lançamento do curta: quem era o piloto? Após a estreia, Lelouch foi detido pela polícia para identificação do piloto, que claramente infringe as leis de trânsito e coloca em risco a vida dele, de outros motoristas, pedestres, pombos e, claro, a vida daquela Mercedes. Mesmo assim, ele se negou a entregar a identidade do piloto e protagonista.

Na reconstrução da TV francesa, a “revelação-mór”: o piloto não foi Jacques Laffite, Jacky Ickx nem Jean-Pierre Beltoise – pilotos franceses que passaram pela Fórmula 1.

Seu nome é Claude Lelouch

***

Assista à reconstrução do curta:

* agradecimento e créditos pelo post do blogger Speeder76, um português nascido no Brasil:

http://continental-circus.blogspot.com/2009/04/cetait-un-rendez-vous-o-making-of.html

* e também ao João Jardel, que foi quem me fez conhecer Snow Patrol através desse clip há um tempo atrás!

A decisão saiu após julgamento na Corte de Apelações da FIA, que aconteceu ontem. Depois de os comissários terem liberado o uso dos polêmicos difusores desenvolvidos por Brawn GP, Toyota e Williams antes das etapas da Austrália e Malásia, desta vez o departamento técnico da FIA e cinco juízes da corte confirmaram a legalidade.

Apesar disso, o advogado da Renault, Andrew Ford, argumentou que sua equipe tinha desenvolvido peça semelhante, mas abandonaram o projeto porque a FIA disse que era ilegal. Tom Byrne, projetista da Ferrari, explica melhor: “se você olhar o carro da Brawn por baixo, vai ver a suspensão através dos buracos”. Se for verdade e isso também acontecer nos Toyota e Williams, então os carros das três equipes estariam contra o artigo 3.12.5 do regulamento técnico da F1 para 2009, segundo o qual buracos no fundo do carro não podem possibilitar a visão de partes superiores.

Na verdade, essa não é uma novidade no regulamento. Byrne diz que essa é uma regra estabelecida há pelo menos 15 anos. Do outro lado, as três equipes contra-argumentam que esses buracos não passam de espaços entre o topo do difusor e o assoalho do carro. Isso não me convenceu… Será que a FIA ouviu algo a mais para dar o veredicto?

Controvérsias a parte, não acredito que alguma das outras sete equipes voltarão a apelar judicialmente. Então, começa a corrida contra o tempo para desenvolver novos aparatos para os carros. Finalmente, veremos se a vantagem, principalmente de Brawn e Toyota, se deve apenas ao difusor de dois andares. De uma forma ou de outra, acho que vai aumentar o equilíbrio na categoria. Tudo bem, foi bom ver a Brawn sobrando na pista. Pena que o Barrichello não se aproveitou tanto nessas duas corridas. Agora, terá mais concorrência.