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Archive for the ‘Jornalismo’ Category

Ocupação da USP

Hoje, recebi um e-mail do meu irmão, feliz por alguém finalmente ter publicado um texto explicando a ocupação da USP. Eu li, cheio de esperança, mas continuei sem entender direito a situação. E respondi isso ao meu irmão:

Infelizmente, escolheram um péssimo estopim. Agora, virou mero detalhe o fato de a liberação da maconha não estar em pauta.

Eu nem cheguei a pensar que isso estaria em pauta mesmo, pois Universidade alguma jamais liberaria o consumo de algo cuja comercialização é proibida, seria inocência demais manifestar pedindo uma coisa dessas.

E infelizmente as intenções da ocupação ainda não estão muito claras. Afinal, os invasores alegam que o convênio da PM e os processos criminais e administrativos representam a intimidação do movimento estudantil. Mas não está claro quais iniciativas estudantis estão sendo prejudicadas ou quais são os motivos desses processos criminais e administrativos, se eles são injustos ou não. Afinal, se um ladrão (ou outro criminoso) ocupa a casa dos que o acusam de tal crime a fim de que ele desista de processá-lo, qual seria o procedimento: primeiro liberar o local e, posteriormente, apurar o caso, não é? Então, nesse caso da USP, estes processos não estão sendo apurados. E se forem processos autênticos, qual direito os estudantes têm de pedir a anulação deles?

Por outro lado, se realmente os processos são injustos e a monitoração da PM fizer parte de uma política de reprimenda por parte da reitoria, os estudantes invasores estão fazendo isso muito errado, assim como o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP, também envolvidos na ocupação).

Para conquistarem seus objetivos (principalmente fazendo uso do apelo popular/midiático, pressionando a reitoria indiretamente), é necessário autenticarem seus objetivos e suas atitudes.

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Resolvi publicar aqui, pois vez ou outra escrevo textos assim, motivados pelos insights e discussões levantadas pelo meu irmão, e fica só entre a gente. Eu geralmente penso que alguém já deve ter publicado algo como o que eu pensei, o que pode ser verdade nessa imensidão da internet. Mas viva a pluralidade e, afinal, se eu puder fazer uma pessoa a mais ter acesso a este pensamento, ok, vale a pena. I’m back here too.

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Eba! Quer dizer que, dois anos depois de sediarmos a Copa do Mundo, teremos as Olimpíadas? Bacana!

Bom, toda a sorte do mundo para esses dois grandes eventos! Agora, é batalhar, fazer a minha parte pra trabalhar, se possível, em ambos!

Para a Copa do Mundo de 2014, é certo que Belo Horizonte receberá grandes jogos, quem sabe até uma abertura. Não temos obras adiantadas, mas como a nova sede do governo estadual foi construída rapidinho (começou em dezembro de 2007 e já está praticamente pronta, com inauguração prevista pra janeiro de 2010, segundo o site da Cidade), não acho que haverá problemas com a infraestrutura para a Copa.

Tomara que nessa época eu esteja empregado. As previsões são de que haverá muitas contratações, inclusive para mandar informações para veículos de outros estados e países!

Dois anos depois, o foco será o Rio de Janeiro. Não sei onde eu estarei trabalhando nem morando em 2016, mas a verdade é que haverá muitos esportes para se cobrir. É hora de me especializar.

Até lá, não só os jornalistas, mas também os atletas deverão se aprimorar e, por que não, aprender coisas novas! Me lembro do Pan de 2007, em que o Brasil formou equipes de última hora para competir em esportes não tradicionais por aqui. Nas Olimpíadas haverá muitas modalidades além. O país-sede tem vagas garantidas em todas as modalidades.

Com certeza, esta é uma boa oportunidade de promover o esporte e a inclusão social, buscando, desde já, novos atletas e investidores. Afinal, não adianta tentar tirar uma pessoa da criminalidade sem que ela tenha a chance real de melhorar sua vida através do esporte.

“Carioquêix”

É nóix nax Olimpíadax, brô!  Taí, será que os estrangeiros também têm aversão a esse sotaque? Fica a dúvida.

Mas tomara que não tenham. Acho mais fácil eles se acostumarem do que os cariocas perderem o sotaque… infelizmente.

Cobertura do anúncio da sede

Enquanto isso, olha só a manchete estampada pelo site do jornal espanhol Marca! Eles mesmos brincaram com o logo da mãozinha madrilenha!

“Adeus ao sonho olímpico” - logo original acima, à direita

“Adeus ao sonho olímpico” - logo original acima, à direita

Agora, imagine-se fazendo a cobertura do anúncio da sede olímpica em tempo real. Expectativa. Tensão. Os vídeos de Chicago e Tóquio, já eliminados, são exibidos. Depois, Rio e Madri. Agora é a hora, o presidente do COI – Comitê Olímpico Internacional – é chamado ao palco. Agora vai! Não, espera mais um pouco, vem o hino olímpico! A solenidade, expectativa, tensão… E o anúncio agora vem:

É O RIOOO, AÊÊÊ!!!

Tá, mas é pra você se imaginar fazendo a cobertura em tempo real, não escreva assim!!! Por que não? Ah, porque talvez seu chefe não queira que você se expresse assim… Esse é um bom motivo, vamos concordar.

Mas, de todo modo, é inevitável um errinho! Acha que não?

Escrevendo em tempo real, mas movido pelo entusiasmo! - globo.com

Escrevendo em tempo real, mas movido pelo entusiasmo! - globo.com

E no caso dos espanhóis? O nervosismo também os atingiu! Mas não pela vontade de festejar…

Na rivalidade, talvez eles queiram mesmo que o Rio só sedie em 2106...!

Na rivalidade, talvez eles queiram mesmo que o Rio só sedie em 2106...!

Boa sorte, então, a todos os brasileiros! Parabéns pela persistência! Assim, continuaremos perseguidos pelo slogan-já-quase-dito-popular “sou brasileiro e não desisto nunca”…! Mas esse é o espírito!!!

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Quando tudo vai mal, é melhor ficar quieto e deixar a fase passar. Em dias de azar, qualquer tentativa de acerto, por mais calculada que seja, vai acabar dando errado. Ontem, o lanterna Fluminense levou sua maior goleada neste campeonato Brasileiro: perdeu de 5 a 1 para o Grêmio. Se os gols contra fossem marcados a favor, ficaria 3 a 3. Mas os jogadores do tricolor carioca não conseguiram fazer direito nem os gols contra: o árbitro da partida deu um deles para Souza, jogador do Grêmio que, antes da cabeçada de Adeílson, havia cruzado a bola na área.

Nesses dias de azar, não tem jeito: o que tiver de dar errado, assim será. Eu e meu irmão, nesses dias, temos uma incrível atração por quinas. Em casa, fazendo o repetitivo e conhecidíssimo percurso sala-cozinha, as pontas de mesas, bancos, armários e até de um inofensivo suporte para panos de prato se transformam em perigosas armas, todas apontadas para nossos joelhos, cotovelos e, claro: para o dedo mindinho do pé.

Além de sofrer danos físicos, você também deve se precaver contra danos morais. Ou seja, tente não sair de casa à noite, pois pode passar vergonha. Tudo bem que uma saidinha com os amigos sempre é uma boa ideia para esquecer dos problemas: comer pizza, jogar conversa fora, beber um pouco, tudo faz parte. Mas, no final…, cadê a grana? Ainda bem que amigo é pra essas – e tantas outras – coisas!

Se preferir não sair à noite…, bem, prefira não sair pela manhã também. Sabe aquelas pessoas que falam muito e não percebem caso você esteja com pressa, perdendo um ônibus ou simplesmente doido para matá-la? Vão aparecer pelo menos umas dez, inclusive aquele inimigo que nunca mais te cumprimentou e que, agora, vai pedir desculpas e jurar amor eterno (sei).

Se não quiser enfrentar esse perigo, saia de carro. Tá bem, não saia de carro. Pode passar pelo mesmo trajeto de sempre, mas algo vai acontecer. Uma pane elétrica, um prego pra furar o pneu ou, principalmente, uma blitz onde jamais houve alguma. E você será parado. E eles vão encontrar algo de errado com seu carro. E um movimento seu vai fazer a rosquinha do policial cair no chão. Se for um pão…, o lado da manteiga é que vai para o chão.

Prefira evitar a casa da namorada, também. Sabe aquilo que “nunca aconteceu antes”? Nunca se sabe… E, depois de tudo isso, é melhor evitar que aconteça pela primeira vez. Se você for homem, sua namorada estará com TPM. Das bravas. Aí você me diz, “mas só uma visitinha não faz mal, né?” Desculpem-me a chatice, mas devo alertá-los, é meu dever de jornalista: faz mal sim. Nesses dias, sorvete e hambúrguer com catchup são armas apontadas para sua camisa nova. Vai sujar muito, e não vai sair tão fácil.

Aliás, a cozinha é um lugar que, nesses dias, deveria ser isolado com aquelas fitas pretas e amarelas. A gravidade fica mais forte e tudo quer cair, desde o leite e os copos até a pesada vasilha de arroz doce – ou de outra coisa que suje muito e que não desgrude tão cedo do chão. E claro, a manteiga vai cair virada para o chão.

Se estiver no trabalho, não saia para beber café ou água. O resultado pode ser aquele colega chato gritando pra todos que você mijou nas calças – já ouço as risadas ao fundo… Ah, e não é bom segurar muito para ir ao banheiro: vá logo, antes que aconteça qualquer coisa imprevisível – e torça muito para que, lá estando, tudo ocorra normalmente.

Mas suponhamos que seja um dia de folga. “Tudo bem, então!”, você pensa. Mas eu discordo. Primeiramente, mantenha-se longe dos colegas de trabalho. Pelada no fim-de-semana? Jamais! Além de perder todos os gols feitos e errar os passes decisivos, você pode escorregar e involuntariamente atingir seu chefe, que vai adiar sua promoção enquanto ele não se recuperar – e, acredite, vai demorar. Bom, você pode pensar, “que nada, eu sou craque, o ‘Joga 10’, ‘Ronaldo’!” Lembre-se que perder um pênalti pode ser pior do que qualquer outra gafe futebolística, considerando-se o nível de zoação que virá de todos os lados.

Só como exemplo: o atacante do Grêmio, Jonas, já foi considerado o pior atacante do mundo, após perder três gols feitos na primeira fase da Libertadores contra o glorioso (sei) Boyacá Chicó, da Colômbia. O mesmo atacante perdeu um pênalti contra o Fluminense… Tudo bem que o Fluminense, com todo o azar do mundo, viu o árbitro mandar a cobrança voltar. Pra piorar a situação, Tcheco, cobrador oficial, marcou. Na chegada do Fluminense ao Rio, alguns torcedores manifestaram dando socos e chutes no ônibus. Tomara que ninguém tenha se machucado. Os torcedores não lembraram das quinas do ônibus…

Se serve como consolo, vale lembrar que os cariocas já tiveram maré de azar pior, até que surgiu uma bagunça, chamada Copa João Havelange, em que o tricolor das laranjeiras ressurgiu das Cinzas (com C maiúsculo de série C). Enquanto isso…

A maré de azar fez o próprio Jonas fechar a goleada – como uma cereja sobre uma torta. Ele está na artilharia do Brasileirão, ao lado de Adriano, do Flamengo. Só pra valorizar a cereja: Jonas marcou um belíssimo gol, driblando o goleiro e afundando para as redes com a tranquilidade que não teve contra o Boyacá Chicó. O atacante mostrou que, com trabalho, dias melhores podem vir. E que o azar fique só para a Argentina de Maradona e para o pão com manteiga.

* atualização: inseri a imagem do Pablo Carranza!

por Pablo Carranza

por Pablo Carranza

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Niko

Em 24 horas, pelo menos 3,6 milhões de pessoas estavam em condições de cometer todo tipo de crime nos EUA, através das mãos de um imigrante iugoslavo, mais precisamente da região da atual Croácia. Nikolai Bellic, 30 anos, trabalha atualmente com roubo de carros. Mas, para isso, não poupa a vida de quem dificultar suas ações. Aqueles que querem, conseguem facilmente “contratar” Bellic: ele faz exatamente o que seus mandantes determinam, sem reclamar nem dar palpites na estratégia do roubo.

Bellic era, ainda na Iugoslávia, um criminoso acusado de vários crimes, como assassinato e tráfico humano. Foi convencido a deixar seu país depois que Roman enganou o primo “Niko” – apelido de Nikolai –, plantando nele o sonho americano de possuir belas mulheres, carros e mansões. Chegou a participar da Guerra da Bósnia. Na sua antiga unidade do exército, foi traído. Até hoje ele procura o traidor.

Enquanto não realiza seu sonho de vingança, continua roubando carros. Talvez para passar despercebido, Niko mantém uma aparência que lhe permite ser confundido com tantas outras pessoas. Jaqueta de couro, calça jeans e barba por fazer. Sua expressão é pesada, passando a impressão de que mover os músculos da face seja uma tarefa árdua, a ponto de nunca sorrir.

O frio ladrão não se importa com os danos causados às pessoas ou ao ambiente em que vive. Entre muitas barbaridades, mata policiais. Mas esse talvez seja seu menor crime – há outros cometidos apenas por prazer de Niko e de seus “chefes”. Dependendo de quem for seu mandante, ele desvia o carro da rua pelo simples prazer de atropelar quem quer que seja. Também atira em qualquer um, apenas por satisfação. Vai a qualquer lugar sem esconder o rosto, mesmo portando armas, entre elas, pistolas, metralhadoras, granadas, bazucas ou até uma serra elétrica. Ladrão ou terrorista, ele também já queimou pessoas. Não se lembra da identidade das vítimas. Afinal, matar não é seu trabalho: é simplesmente um prazer.

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Não se sabe se Bellic tem uma residência fixa. Sabe-se apenas que vive em Liberty City. A cidade, mesmo não sendo tão conhecida, é uma representação praticamente exata de Nova York. Recentemente, foram feitos monumentos como a Estátua da Liberdade e a Times Square, que recebem nomes alternativos. A cidade, onde estranhamente a população aumenta, já era conhecida anteriormente também pela prática de roubo de carros. Mas Niko certamente é quem mais obteve sucesso.

Mesmo que não saiba, Nikolai Bellic foi criado especificamente para cometer crimes nas mãos de qualquer um, desde que tenha um equipamento – e não falo do celular, mas do vídeo-game. É o protagonista do jogo Grand Theft Auto (GTA) IV, o produto de entretenimento mais rentável da história: nas primeiras 24 horas depois de ser lançado, vendeu 3,6 milhões de unidades. Atingindo a arrecadação de 310 milhões de dólares, superou o último livro da série Harry Potter e o filme Homem-Aranha 3. Nas mãos de tantas pessoas, Niko não é necessariamente um exemplo para seus “jogadores-mandantes”, mas com certeza é um dos criminosos mais famosos da história – pelo menos da história do entretenimento.

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Texto produzido no primeiro semestre de 2008 como trabalho avaliativo em uma das matérias da faculdade.

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